sexta-feira, 22 de maio de 2009

Black Keys-Discografia em MP3



  • Os Black Keys podem ser facilmente confundidos como uma corruptela barata dos White Stripes, dada a configuração da banda (basicamente guitarra e bateria). No entanto, uma audição atenta à discografia da dupla Dan Auerbach e Patrick Carney joga rapidamente esta teoria no chão. Ao passo que ambas bandas se baseam nas raízes do blues como ponto inicial para suas composições, os Black Keys se distinguem dos Stripes exatamente por se aterem e respeitarem essas raízes. É um blues de garagem, seco, rústico e gutural, imerso em feedbacks e distorções mas que poderiam muito bem serem executados sem estranhamento na época de Robert Johnson ou Howlin’ Wolf. Logo abaixo está um guia rápido àqueles que quiserem se aprofundar na obra desta ótima subestimada banda do novo milênio:

    The Big Come Up - 2002

    Um bom disco de estréia, mas que vale mais pela promessa de uma banda mais sólida e confiante no futuro. A produção, ainda muito rústica e suja, compromete um pouco a receptividade imediata da obra. Mas a performance sincera de Dan e Patrick conseguem despertar a atenção e valorizar ótimas músicas como Heavy Soul, I´ll Be Your Man e Yearnin’. Uma curiosidade é a versão blues de “She Said, She Said”, dos Beatles.

    Avaliação: 3,5 de 5
    Download: http://www.mediafire.com/?nm5cd809jz3

    Thickfreakness - 2003

    A promessa se consolida neste ótimo disco. A proposta é basicamente a mesma, blues rock de garagem, na sua forma mais primal e direta. Mas a produção de Patrick Carney agora realça o que estava encoberto no excesso de feedback, distorção e sujeira do disco anterior. Mesmo se atendo ao blues, Dan Auerbach supreende de forma imprevísivel a cada faixa, como no ataque raivoso de “Set You Free” ou na balada áspera de “Have Love Will Travel”.

    Avaliação: 4,5 de 5
    Download:
    http://www.mediafire.com/?ypmslomkdxt

    Rubber Factory - 2004

    Como se ater às raízes de um gênero e ainda soar novo, vivo e atemporal? Rubber Factory é a resposta. Thickfreakness sedimentou a reputação como blueseiros, mas ninguém poderia imaginar o colossal desenvolvimento da banda neste disco. Desde o soturno início de “When The Lights Go Out”, passando pela delicada, mas áspera, balada “The Lengths”, ou ao se ouvir o Indie Rock antêmico de “10 AM Automatic”, os Black Keys criam uma obra concisa, gutural e atemporal. As músicas são tocadas com tamanho fervor e dedicação que até a maravilhosa versão da música dos Kinks “Act Nice and Gentle” soa como se fosse uma composição própria deles. A habilidade e entrosamento da banda é outra característica notável, tanto pelas mudanças precisas de tempo de Carney, quanto pelos criativos riffs desferidos por Auerbach. Carney também impressiona pelo desenvolvimento como produtor: manteve o ar cru e ríspido, mas adicionando sutilezas e novos sons e camadas. Uma pequena obra-prima.
    Avaliação: 5 de 5
    Download: http://www.mediafire.com/?alknmjjj1gz

    Magic Potion - 2006

    Diante do sucesso e aclamação da crítica, os Black Keys demonstram nesta obra um certo acomodamento. Não há nada de essencialmente novo, diferenciado, exceto por uma produção um pouco mais polida e adoção de guitarras com sonoridade mais limpa que nos discos anteriores. O disco não é ruim, mas nota-se um certo esgotamento e falta de paixão da banda. Ainda assim, há músicas que competem com o melhor que eles fizeram até então, como o riff nervoso de “Just Got to Be”, a bela balada de “You´re The One” ou o soul-blues de “Just a Little Heat”.

    Avaliação: 4 de 5
    Download: http://www.mediafire.com/?yivhutxzy4j

    Attack & Release - 2008

    Muitas histórias rondavam a próxima obra dos Black Keys. Inicialmente, era um projeto que seria feito em conjunto e em homenagem a Ike Turner. Depois especulou-se sobre outra colaboração bizarra: o disco seria produzido pelo badalado produtor Danger Mouse. O fato é que Ike morreu neste interím e ao se ouvir o disco não se percebe nada tão claro e evidente de uma co-parceria ou uma homenagem velada. Ainda assim, Danger Mouse realmente produziu o disco e, diante da escolha ousada, os Black Keys saíram ganhando: Attack & Release é a obra mais bem acabada da dupla desde o grande “clássico recente” Rubber Factory. Percebe-se claramente a intervenção de Danger Mouse diante da produção ousada. Instrumentos inusitados foram adicionados, a produção polida e ousada prevalece e em vários momentos a guitarra não é o centro das atenções, preferindo-se um clima mais relaxado, ou até mesmo dançante, ao invés dos ataques brutais e guturais de outrora. Mas o que poderia ser um sinal de esgotamento e descaracterização da banda é, na verdade, onde afloram suas virtudes na composição e se percebe realmente a autenticidade como uma legítima banda de blues rock. Destaques para “The Same Old Thing” e suas flautas dissonantes; “Psychotic Girl”, com seu ar surreal ressaltado pelo banjo preguiçoso e cadenciado, o clima estranho e festivo de Oceans & Streams e o belíssimo encerramento com “Things Ain´t Like They Used to Be”.
    Avaliação: 5 de 5
    Download: http://www.mediafire.com/?ifmztblyadu

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